segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Presença social


 A presença social, no contexto da experiência educativa, assume uma grande importância a par de outros factores, como a presença do professor e a presença cognitiva. Desempenha um papel de relevo na medida em que tem como desígnio dar apoio aos aspectos relacionados com a afectividade e a cognição, presentes no processo de aprendizagem.
Short e al (1976), definiram o constructo de presença social como "o grau de saliência de outra pessoa numa interacção e a consequente saliência de um relacionamento interpessoal" (pag.65). Esse relacionamento interpessoal nos grupos é favorecido pela presença social, no que respeita à afectividade. Não raras vezes se constata um índice significativo de desistências dos estudantes na aprendizagem a distância. A vertente presença social pode, naquele aspecto, concorrer para a promoção da integração do estudante na vida académica e nas relações sociais.
A presença social, assenta fundamentalmente em dois elementos, segundo Short e al, a intimidade e a proximidade. A intimidade se expressa por comportamentos pessoais , tais como, sorrisos e contacto visual, enquanto a proximidade se caracteriza pelas interacções verbais e não verbais, pelos questionamentos,  pelas respostas a pedidos ou reacções a observações. A presença social é um factor que emerge do meio, ambiente e dos actores, participantes. Daqui se infere que a alteração do meio vai, naturalmente, evidenciar diversificadas ocasiões de proximidade e intimidade, cujos participantes agarram essas ocasiões de diferentes formas. O constructo de presença social tem se revelado  de utilidade para tornar perceptível o modo como professores e estudantes interagem através de recursos tecnológicos na área educacional.
Autores como Gunawardena e Zittle (1997), analisaram o constructo de presença social para a compreensão dos efeitos decorrentes da satisfação dos estudantes face ao ensino a distância.
Importa referir que aqueles autores, realizaram um trabalho de pesquisa, usando a escala de questionário Likert, num universo de 50 estudantes do ensino superior, de Universidades muito dispersas geograficamente, que tinham participado numa conferência por meio de computador. Procederam à sua avaliação em relação à conferência por computador, num conjunto de critérios como:  presença social, participação activa, atitudes em relação ao ensino a distância, capacidades técnicas, etc. Os resultados mostraram que a presença social tinha uma representação de 60% da variância no grau de satisfação com o curso.
Ainda no âmbito desta temática, Rourke e al (1999) para além de criarem o seu próprio conceito, desenvolveram  um Sistema de Medição da Presença Social, com base em três categorias: Afectivo, Interactivo e Coesivo.
Saliente-se o contributo de Garrison e al (2001), ao alargarem o constructo de presença social para a designada presença cognitiva - numa lógica do grau de envolvimento do estudante na inquirição. Garrinson ao implementar testes do seu esquema de codificação, em cursos de pós graduação online e outros trabalhos, o resultado da investigação fundamenta que a presença social é de todo verosímil que seja um factor preponderante na satisfação dos estudantes no ensino a distância.Contudo, não é evidente o modo como a presença social influencia as aprendizagens pois ela pode depender de variáveis como a natureza dos conteúdos, do tamanho da turma, entre outras.
Neste contexto importa descodificar, através de instrumentos de avaliação (quantitativa e qualitativa) da presença social, se as relações afectivas e sociais conduzem a uma comunicação mais vantajosa e mais forte nos grupos, onde o verdadeiro espírito colaborativo e de pertença deve prevalecer.

Aprendizagem Colaborativa

Aprendizagem Colaborativa
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Ligações úteis

Aprender com a Internet

domingo, 16 de novembro de 2008

Distância Transaccional


 Nos finais do séc. XX (1980), M. Moore criou o conceito de distância transaccional, reportando-se à envolvência dos estudantes no modelo pedagógico de Educação a Distância. Assim, definiu distância transaccional em função do diálogo e da estrutura. Segundo Moore, uma distância transaccional pequena implicava um maior envolvimento do estudante. Logo, o aumento do diálogo entre o professor e o estudante indiciava uma reduzida distância transaccional; mais estrutura, fornecida e regulada pelo professor, conduzia a uma distância transaccional mais elevada.O estudante teria mais dificuldade em controlar as suas aprendizagens, em virtude de mais estrutura, implicando também um menor comprometimento com os conteúdos. 
Importa sublinhar que o ambiente exerce grande influência entre professores e alunos. A desligação física e geográfica concorre para a origem de comportamentos, eventualmente, prejudiciais para os estudantes e para as inerentes aprendizagens, sendo verosímil um defeituoso entendimento entre professores e estudantes.Torna-se assim imperioso ultrapassar essa distância transaccional, nesse espaço de relação pedagógica e de comunicabilidade.
M. Moore e Kearsley (1996), admitiram a emergência do factor autonomia do estudante que vai interagir com os factores diálogo e estrutura. A conjugação destes três factores, constituem um útil paradigma para tornar perceptível o papel do estudante, no universo da Educação a Distância.
Saba e Shearer (1994), criaram um paradigma dinâmico cuja distância transaccional aumentava à medida que aumentava o diálogo e diminuía com o aumento da estrutura. Este paradigma integrava o controlo do professor (directo ou indirecto) - determinante para a estrutura e o controlo do estudante (activo ou passivo) - determinante para o diálogo. Para Moore, a distância transaccional é mais uma questão de ordem pedagógica do que física. Advoga ainda, que a distância transaccional deve ser superada pelos professores, estudantes e pelas instituições educativas, com o propósito de se encontrar um processo de aprendizagem estruturado e eficaz.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Apresentação - EDUCAÇÃO

De todo o interesse.

Coisas educativas

Vejam!

A palavra educativa


Começa agora, depois de um período reflexivo, neste contexto, este meu blog dirigido à magna temática educativa.
Sem constrangimentos, observamos, analisamos, opinamos, ... num olhar sobre questões Educacionais e sobre o inerente processo Ensino-Aprendizagem

Francisco Valentim

ARISTÓTELES


Citando Aristóteles, "Aprende-se a fazer fazendo".
Vem este pensamento a propósito do percurso académico de todos nós, nomeadamente na U. C. de Educação e Internet e em relação à construção do blog. A aquisição de competências cognitivas, operacionais e afectivas são, para além  de outros factores, fruto de uma vincada atitude volitiva e perseverante. Urge preparar-nos para o impacto do desenvolvimento tecnológico, na vida social e na formação pessoal de todos nós.
As aprendizagens nesta área (Ed. e Internet) têm de facto, um efeito "transfer" no desempenho profissional de todos nós. É essa a minha convicção.
Francisco Valentim