A presença social, no contexto da experiência educativa, assume uma grande importância a par de outros factores, como a presença do professor e a presença cognitiva. Desempenha um papel de relevo na medida em que tem como desígnio dar apoio aos aspectos relacionados com a afectividade e a cognição, presentes no processo de aprendizagem.
Short e al (1976), definiram o constructo de presença social como "o grau de saliência de outra pessoa numa interacção e a consequente saliência de um relacionamento interpessoal" (pag.65). Esse relacionamento interpessoal nos grupos é favorecido pela presença social, no que respeita à afectividade. Não raras vezes se constata um índice significativo de desistências dos estudantes na aprendizagem a distância. A vertente presença social pode, naquele aspecto, concorrer para a promoção da integração do estudante na vida académica e nas relações sociais.
A presença social, assenta fundamentalmente em dois elementos, segundo Short e al, a intimidade e a proximidade. A intimidade se expressa por comportamentos pessoais , tais como, sorrisos e contacto visual, enquanto a proximidade se caracteriza pelas interacções verbais e não verbais, pelos questionamentos, pelas respostas a pedidos ou reacções a observações. A presença social é um factor que emerge do meio, ambiente e dos actores, participantes. Daqui se infere que a alteração do meio vai, naturalmente, evidenciar diversificadas ocasiões de proximidade e intimidade, cujos participantes agarram essas ocasiões de diferentes formas. O constructo de presença social tem se revelado de utilidade para tornar perceptível o modo como professores e estudantes interagem através de recursos tecnológicos na área educacional.
Autores como Gunawardena e Zittle (1997), analisaram o constructo de presença social para a compreensão dos efeitos decorrentes da satisfação dos estudantes face ao ensino a distância.
Importa referir que aqueles autores, realizaram um trabalho de pesquisa, usando a escala de questionário Likert, num universo de 50 estudantes do ensino superior, de Universidades muito dispersas geograficamente, que tinham participado numa conferência por meio de computador. Procederam à sua avaliação em relação à conferência por computador, num conjunto de critérios como: presença social, participação activa, atitudes em relação ao ensino a distância, capacidades técnicas, etc. Os resultados mostraram que a presença social tinha uma representação de 60% da variância no grau de satisfação com o curso.
Ainda no âmbito desta temática, Rourke e al (1999) para além de criarem o seu próprio conceito, desenvolveram um Sistema de Medição da Presença Social, com base em três categorias: Afectivo, Interactivo e Coesivo.
Saliente-se o contributo de Garrison e al (2001), ao alargarem o constructo de presença social para a designada presença cognitiva - numa lógica do grau de envolvimento do estudante na inquirição. Garrinson ao implementar testes do seu esquema de codificação, em cursos de pós graduação online e outros trabalhos, o resultado da investigação fundamenta que a presença social é de todo verosímil que seja um factor preponderante na satisfação dos estudantes no ensino a distância.Contudo, não é evidente o modo como a presença social influencia as aprendizagens pois ela pode depender de variáveis como a natureza dos conteúdos, do tamanho da turma, entre outras.
Neste contexto importa descodificar, através de instrumentos de avaliação (quantitativa e qualitativa) da presença social, se as relações afectivas e sociais conduzem a uma comunicação mais vantajosa e mais forte nos grupos, onde o verdadeiro espírito colaborativo e de pertença deve prevalecer.
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